Não é preciso explicar a um paineirense o que é uma festa junina. Afinal, o clube caminha para a realização da 52ª edição do Arraiá do Paineiras, nos dias 16, 17 e 18 de junho. Mas sempre há fatos históricos e curiosidades que valem ser lembrados sobre essa época do ano tão amada pelos associados e pelo país, de um modo geral.
Como tudo começou
E para começar, nada melhor do que falar sobre a origem dessa tradição e como ela se caracterizou e se modificou ao longo dos anos. A primeira grande curiosidade é que, apesar das festas juninas celebram três santos populares, Santo Antônio, São Pedro e São João, sua origem é pagã, ou seja, é contrária à doutrina cristã. Isso se dá pelo fato de que o festejo nasceu em homenageavam aos deuses da natureza e da fertilidade.
A igreja não conseguiu acabar com a popularidade dessa festa, que surgiu há centenas de anos, e acabou aderindo a ela, atribuindo-lhe um caráter religioso. Tradicionalmente, as festas juninas começam no dia 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, e encerram no dia 29 de junho, dia de São Pedro. Já nos dias 23 e 24 é celebrado o dia de São João.
Chegando no Brasil
Muitas pessoas têm a sensação de que a festa junina é algo brasileiro, pelo tanto que ela caiu no gosto do país. Mas a verdade é que, assim como muitos fatores que fazem parte da história nacional, essa tradição veio da “terrinha”, no período colonial. Em Portugal, a festa junina tinha o nome de Festa Joanina, possivelmente pelo fato de acontecer em junho ou talvez por causa de São João, que é o principal santo da comemoração. E esse é o motivo pelo qual as festas juninas também são chamadas de Festas de São João.
E os três santos católicos celebrados foram escolhidos pelo fato de serem os mais populares do mês de junho. São João teria nascido em 24 de junho e é muito popular entre os portugueses, que tiveram muitos reis com esse nome, os quais construíam capelas em homenagem ao santo. Já São Pedro, martirizado em 29 de junho, é considerado o primeiro Papa da igreja. Por fim, Santo Antônio, que morreu no dia 13 de junho, nasceu em Lisboa.
Mudanças e influências
Vale lembrar que há diferenças que foram se acentuando com o passar do tempo, em relação a como a festa se deu no início de sua história no Brasil. A comemoração sofreu influências das culturas africanas e indígenas e, por isso, ela possui características peculiares em cada parte do país. E aí, chegamos à parte que o paineirense conhece muito bem e tanto ama: as tradições que representam os principais símbolos das festas juninas. Elas incluem comidas típicas, danças, fogueiras, brincadeiras e roupas.
Comidas, roupas e tudo mais
Pode-se dizer que milho é um alimento fundamental nos “arraiás”, pois diversos pratos de festa junina levam esse ingrediente. Os principais pratos típicos de festa junina são: pipoca, paçoca, pé de moleque, canjica, cachorro-quente, pamonha, curau, bolo de milho, arroz-doce, pinhão, cuscuz e tapioca. Já as bebidas mais tradicionais são: vinho quente e quentão.
Assim como a comida, animação não pode faltar e uma boa festa junina sempre tem a famosa quadrilha. A dança tem origem nas danças de salão na França e consiste em um baile de casais caracterizados com vestimenta caipira. Um casamento caipira é encenado em uma coreografia feita em homenagem a Santo Antônio, o santo casamenteiro. Só não dá para saber quem se diverte mais: quem assiste ou quem participa da dança. Além disso, as pessoas ouvem e dançam muito forró.
E não é só a música que garante a diversão de um arraiá. Brincadeiras como a cadeia, pescaria, correio-elegante, argola, entre outros, não podem faltar em uma boa festa junina. Tudo isso com todo mundo devidamente trajado. As roupas tradicionais de festa junina são tipicamente caipiras, com vestimentas bem coloridas e de estampa xadrez. Por fim, a fogueira também faz parte do cenário da festa. De origem pagã, além de aquecer a festa, ela simboliza a proteção contra os maus espíritos.