Centro Médico: o Vírus Monkeypox

Monkeypox - varíola do macaco
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Monkeypox - varíola do macaco

Um novo motivo para preocupação tem feito parte do noticiário mundial e gerado receio na população que ainda vive a luta contra uma pandemia que abalou pessoas em todo o mundo. A popularmente conhecida como varíola do “macaco” se trata de uma doença infecto contagiosa transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. O problema atualmente é tratado como uma emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 A varíola dos “macacos” é uma zoonose viral: uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do atual surto, ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo em regiões perto de florestas, pois os hospedeiros são roedores e macacos.

É causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (orthopoxvirus) da varíola humana. A varíola humana, no entanto, foi erradicada do mundo em 1980, e era muito mais letal. A taxa de letalidade histórica da varíola dos macacos, antes do atual surto, era considerada na faixa de 3% a 6%. O primeiro caso foi detectado em humanos em 1970.

As complicações são mais comuns em pacientes com problemas no sistema imunológico. Os quadros graves estão relacionados ao surgimento de pneumonia, sepse, encefalite (inflamação do cérebro) e infecção ocular, que pode até levar à cegueira.

Sintomas clássicos

Há alguns sintomas considerados clássicos associados ao vírus Monkeypox. As pessoas que tiverem febre, cefaleia intensa, dores no corpo, mialgia e astenia devem ficar atentos e procurar um médico. Outros sintomas que indicam infeção pelo vírus são:

– Erupções cutâneas (feridas na pele) que afetam primeiro o rosto e depois o restante do corpo e linfoadenoegalias (gânglios inchados que comumente precedem a erupção característica da doença)

– As áreas afetadas são: face, palmas das mãos e plantas dos pés, bem como mucosas orais, genitália e conjuntiva.

– As erupções na pele, que passam por diferentes fases.  Elas começam vermelhas e sem volume, depois ganham volume e bolhas, antes de formar as cascas. Essas feridas são diferentes das vistas na catapora, sarna, herpes e outras doenças.

Como ocorre a transmissão?

O Monkeypox é transmitido por meio de gotículas respiratórias, contato com as lesões, contato com fluidos corporais, contato com superfícies e objetos contaminados, especialmente vestimentas e roupas de cama. O período de incubação do vírus pode ser de 6 a 13 dias podendo variar entre 5 e 21 dias.

Formas de prevenção 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, há algumas medidas preventivas que podem ser tomadas para evitar o contágio como uso de máscaras, distanciamento e a higienização das mãos.

Considerando que os dados iniciais mostraram que o maior número de casos notificados estava concentrado no grupo de homens que fazem sexo com outros homens, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselhou que este público deve considerar a redução, neste momento, do número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição.

Tratamento e vacina

Ainda não há vacina específica para combater a varíola dos “macacos”, entretanto três vacinas contra a varíola humana podem ser efetivas. Se trada de uma doença que, geralmente, se resolve sozinha (autolimitada) e os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas. Não há tratamentos específicos para infecções por vírus da varíola dos macacos, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

No entanto, o vírus da varíola dos macacos e o da varíola são geneticamente semelhantes, o que significa que medicamentos e vacinas para se proteger da varíola também podem ser usados ​​para prevenir e tratar a varíola dos macacos.

O tratamento visa o alívio dos sintomas, gerenciar complicações, prevenir sequelas a longo prazo, hidratação e manutenção do estado nutricional, além de prevenção e tratamento de infecções secundárias.

Orientações para isolamento 

Os pacientes suspeitos devem ser mantidos em área separada até o atendimento e utilizar máscara cirúrgica desde a triagem até sua chegada no isolamento o mais rápido possível. No caso de isolamento domiciliar, este deve ser monitorado a cada 48 horas pela equipe de saúde da área de residência no sentido de identificar piora dos sintomas ou sinais de gravidade. Eles podem demandar avaliação presencial ou o encaminhamento para internação hospitalar.

Notificação dos Casos

É importante que todo caso suspeito da doença deve ser notificado imediatamente, em até 24 horas ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS)

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que, em países onde há transmissão comunitária da monkeypox (caso do Brasil), as ações para interromper a transmissão devem incluir a vacinação direcionada de pessoas com alto risco de exposição à doença.