Esporte x longevidade

Compartilhe:

Está mais do que provado: a prática esportiva está diretamente ligada à longevidade. Diversas pesquisas nas áreas esportiva e de saúde comprovaram que as atividades físicas ajudam o ser humano a viver mais e melhor. A prática esportiva traz benefícios como a melhora da força, da resistência e da velocidade, além da longevidade. Sem contar tudo o que o esporte proporciona quando se fala de bem-estar mental e de interação com outras pessoas.

As evidências estão espalhadas pelo mundo. Nas chamadas “zonas azuis” do planeta, que são as regiões do planeta onde estão a maioria das pessoas mais idosas do mundo, a atividade física é uma prática frequente. Caminhadas, corridas de rua, ciclismo, natação e dança são as opções mais buscadas para colocar corpo em movimento e estimular a vida longa.

No Paineiras, também!

O Paineiras, dentro de seu corpo associativo, conta com vários exemplos de pessoas que levam o esporte como estilo de vida e mantém a prática esportiva como algo sagrado, uma prioridade que faz bem em todos os sentidos. Em muitos casos, é quase impossível contar a história desses personagens sem mencionar o papel da modalidade esportiva na vida dos mesmos.

O corpo associativo do Paineiras conta com alguns representantes dessa comunidade que levam o esporte a sério e, com muito amor, continuam a praticar sua modalidade em idades avançadas.

E nada melhor do que começar falando sobre o caso de Oduvaldo Donnini, um dos tenistas mais longevos do clube. O jornalista e advogado começou na modalidade esportiva uma década antes do Paineiras nascer. Em 1950, ele já marcava presença constante nas quadras do esporte que pratica até hoje.

“A paixão pelo esporte e principalmente pelo tênis, nasceu há mais de 70 anos. Posso dizer com toda a certeza que a prática contribuiu e contribui muito para minha saúde mental e geral. Nestes 40 anos jogando no Paineiras fizemos centenas de amigos, que nos levaram para muitas jornadas esportivas. O Paineiras faz parte de nossa vida”, conta Donnini.

Homenagem inesquecível

Não faz tanto tempo assim que o tenista paineirense recebeu uma homenagem especial. A quadra de tênis número 7 recebeu o nome de Oduvaldo Donnini, logo após o associado ter compleado 95 anos de idade. “Completamos 95 anos, jogando de duas a quatro vezes por semana, ‘de preferência na nossa quadra’. Grande homenagem da diretoria e da lembrança do amigo e presidente Sérgio Nabhan”, ressalta.

Donnini 1

Por fim, Donnini deixa um recado aos mais novos sobre a prática de esportes dentro do clube: “Gostaria de deixar uma mensagem aos novos paineirenses, que agora brilham em nossa família. Participem, vejam os adversários como amigos e respeitem sempre todos”.

A chamada “velha guarda” dos esportes do clube também tem muita história no futebol. Nos campos paineirenses, muitos atletas que começaram a praticar o esporte na infância seguem fazendo a bola rolar até hoje e aproveitam a estrutura que viram crescer ao longo dos anos.

A dupla do futebol

E quem tem muita história para contar são dois paineirenses que fazem parte dessa turma que mantém as “peladas” vivas no clube. Sérgio José Vignoli, o Bombeia, e Carlos Alberto Costa fazem parte do time dos atletas mais longevos do Paineiras e também são associados de longa data.

Aos 85 anos, Bombeia conta que chegou ao clube na época em que os associados jogavam futebol em uma quadra que ficava na parte de cima do clube. “Não havia campo de futebol. Aos poucos a estrutura para nossas partidas veio para a parte inferior do clube. Primeiro, foi o campo soçaite. Depois, veio a iluminação, que nos permitiu jogar futebol à noite. Tive a oportunidade de passar por todas essas fases”, relembra.

O goleiro celebra também a oportunidade que teve de fazer tantos amigos ao longo dos anos. “Nossa, foram muitas amizades e muitos grupos criados ao longo de toda essa história. Além dos amigos que ainda estão aqui, tem aqueles que já não fazem mais parte do clube ou mesmo que partiram”, pontua.

Engenheiro de formação e profissão, Sergio tem no futebol uma parte muito grande de sua vida. Para ele, o esporte renova suas energias e isso vai muito além do aspecto físico. “Me sinto renovado quando jogo futebol. Tem o relacionamento com o pessoal, as brincadeiras, as cervejinhas que vêm depois. Tudo isso faz parte da minha vida. Não é só jogar futebol, é o conjunto todo”, explica.

 

Bombeia 1
Costa

Costa, por sua vez, é arquiteto e empresário e já fez alguns trabalhos junto com seu amigo Bombeia. A parceria dos futebolistas se repete dentro e fora de campo e a história dos dois também é parecida. Associado do Paineiras há 50 anos, ele também viu o clube crescer e comemora a chance de poder frequentar o clube e jogar em um campo de futebol tão bonito. “É uma maravilha, não é? É uma sensação de paz quando entro no campo, pois parece que todos os problemas desaparecem”, declara.

Em matéria, de saúde e esporte tem um capítulo especial na vida de Costa. Aos 69 anos de idade, ele teve de enfrentar um câncer de próstata e realizar uma operação. Após o procedimento, ele recebeu por seu médico a notícia de que teria de passar por 45 sessões de radioterapia para finalizar o processo e se curar. Mas a única coisa em que pensava era quando poderia voltar a jogar futebol.

“O médico me disse que colocaria à minha disposição uma assistente social para me acompanhar, caso eu necessitasse de algum apoio psicológico. Posso dizer que o futebol funcionou para mim como uma terapia. Cerca de 90 dias depois, eu já estava em campo jogando. O esporte é tudo para mim e sempre meu ajudou a suportar e superar todas as adversidades da vida”, revela o lateral-direito.

Paixão e dedicação nas piscinas

Nos campos, nas quadras e também nas piscinas. Não são só os senhores paineirenses que desfilam seu talento e vitalidade no clube, mas também as senhoras. Na água, o Paineiras tem eu sua equipe máster de natação muitos exemplos de pessoas que que levam o esporte como filosofia de vida. Esse é o caso das nadadoras paineirenses Nadir Taubert e Gherda Elisabeth Hupfeld.

Nadir faz parte do corpo associativo quase que original do Paineiras. Ela se associou ao clube no ano de 1962 e também teve a oportunidade de ver o clube crescer. “Me lembro muito bem dessa época, pois o clube não tinha nem piscinas. Pude ver o clube crescendo e se desenvolvendo ao longo da história”, recorda a nadadora.

A paixão pela natação começou muito antes de se tornar uma paineirens. Aos 88 anos ela conta que o esporte entrou em sua vida na infância, por influência familiar. “Nasci em Mococa, uma cidade representativa na modalidade em âmbito paulista e nacional. Lá, meu pai foi técnico de natação e, for apoio dele, nadei por lá até os 13 anos”, detalha.

Sua história no Paineiras começa após ela se casar e se mudar para São Paulo. Em 1994, ela foi convidada para participar da equipe máster de natação do clube. E desde que ela entrou no time, nunca mais parou de nadar. Mais do que isso: são 30 recordes sul-americanos e brasileiros registrados e mais de 700 medalhas conquistadas em competições disputadas pela atleta, defendendo as cores paineirenses.

Nadir

O relacionamento de Nadir com a o esporte vai muito além dos resultados conquistados. “A natação é a minha vida. Além de ser o maior hobby que eu tenho, é uma fonte de saúde. Eu sempre falo que todos deveriam praticar essa modalidade, pois faz muito bem em todos os aspectos. Outro ponto é que a natação me dá a possibilidade de continuar participando dos meus campeonatos e viajando com o grupo, mantendo e criando amizades”, enfatiza.

Esse grupo também contempla Gherda. A associada, por sua vez, está o clube desde de 1969 e, mesmo muito ocupada com seu trabalho de tradutora e intérprete juramentada de língua alemã, dedica parte do seu tempo para treinar com a equipe de natação máster nas piscinas paineirenses. Segundo ela própria. Esse hábito lhe faz muito bem.

Gherda

“Praticar natação é algo que areja minha mente e me ajuda a continuar trabalhando. Pelo menos duas vezes na semana mantenho meu corpo em movimento na água. Me sinto mais fresca quando saio da piscina e isso é algo que falo sempre para os meus netos. Admiro muito o trabalho realizado pela Ines e pelo Danilo, meus técnicos”, relata Gherda.

Para ela, a natação é muito mais do que um esporte, pois com ela, viveu experiências que vão além da competição. “São as viagens, fazer parte da turma, a convivência com pessoas diferentes, visitar e conhecer novos lugares. São coisas que vão além da performance e dos resultados”, salienta.

Com a técnica Ines, por exemplo ela teve a oportunidade de participar do Mundial de Munique, voltando às suas origens. Para quem não sabe, Gherda nasceu na cidade que tinha o nome de Namslau, que, na época pertencia à Alemanha. Hoje o território faz parte da Polônia e tem o nome de Namysłów. Foi por lá, nas águas geladas, que ela deu suas primeiras braçadas. Na Segunda Guerra Mundial, ela acabou perdendo seu pai muito cedo. O confronto acabou sendo motivo da mudança para o Brasil, junto de sua família.

Além dos personagens retratados aqui, o Paineiras possui uma grande comunidade de esportistas longevos, o que é motivo de grande satisfação para o clube, já que, como instituição, sempre se posicionou como um incentivador das atividades físicas, independentemente da idade. Mas é importante lembrar que, antes de iniciar uma atividade, é necessário que a pessoa idosa passe por uma avaliação médica que verifique as condições de saúde, já que os exercícios devem ser individualizados para cada situação.