Música: um energético poderoso
Faltam poucos minutos para terminar a corrida. As pernas começam a ficar cansadas, a respiração cada vez mais ofegante e o corpo beirando a exaustão. A vontade de desistir até passa pela sua cabeça, mas de repente aquela música especial começa a tocar e seu corpo parece se encher de energia para finalizar a atividade. Paineirense que corre, isso já aconteceu com você? Pois é. A música de fato pode influenciar o rendimento dos praticantes de exercícios físicos.
“Escutar uma música prazerosa (do seu gosto musical) estimula sensações de prazer e bem-estar, servindo como um analgésico para a dor e cansaço, isso consequentemente colabora no rendimento do atleta. Ela age diretamente no nosso sistema nervoso, liberando substâncias químicas, entre elas a dopamina, que vai provocar as sensações de motivação, alegria, bem-estar geral e prazer” detalha Arlete Piña, musicoterapeuta da Vitalis Terapia.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, comprovou que, em geral, as músicas mais animadas e dançantes reduzem a sensação de esforço percebido. Além disso, esse efeito se potencializa quando ouvimos canções associadas com as nossas experiências pessoais.
Concentração e musicoterapia
Durante as atividades físicas, a música pode ajudar a potencializar a concentração, diminuir a sensação de esforço e auxiliar na manutenção da frequência cardíaca ideal para o exercício. Além disso, o andamento musical contribui no momento das mudanças de ritmo nos treinos, tornando mais fácil e rápido quando isso acontece, evitando que o desempenho do atleta seja prejudicado de qualquer forma.
“A música ajuda na concentração, tanto que a musicoterapia é indicada para pacientes com transtornos do déficit de atenção com Hiperatividade (TDAH), entre outros casos. Na atividade física não é diferente. Durante o exercício, ela colabora a manter o ritmo da atividade, auxiliando na frequência cardíaca e ao mesmo tempo suprime o abalo da exaustão”, complementa a musicoterapeuta.
A música também pode atrapalhar?
Também é importante tomar cuidado com a utilização da música nos treinos, pois, dependendo da escolha do ritmo e do volume, ela também pode atrapalhar. Isso porque ouvir músicas em ritmos inadequados durante os treinos pode atrasar o desempenho e causar a sensação da redução de energia. “Dependendo da intensidade da reprodução, ela pode causar um certo desconforto, podendo ocasionar problemas fisiológicos e prejudicar a concentração de quem está treinando”, alerta Piña.
Tudo indica que o bom humor e a união do corpo com os diferentes ritmos faz com que a respiração se torne mais harmônica e, por isso, conseguimos melhorá-la. Em última instância, isso faz com que a fadiga demore mais para nos vencer. Afinal, a música está presente em nossas vidas desde o estágio fetal, proporcionando desde então o acolhimento, aliviando a tensão e o estresse.