No topo do mundo

Subir o Monte Evereste é uma experiência que poucos podem dizer que têm, ainda mais quando se realiza essa façanha no alto dos 71 anos de idade. Um associado tem o orgulho de poder contar essa história!

Uma vontade que sempre existiu mas só foi se realizar depois de muito tempo. Aos 71 anos de idade, Mario Augusto Delgado Filho recebeu de seu filho e sua nora o inusitado convite para acompanhá-los em uma pequena aventura: simplesmente subir o Monte Everest, a montanha mais alta do planeta. Após aceitar o convite, recebeu a notícia, de que as pessoas que o convidaram não poderiam comparecer a esse “passeio tranquilo”. Quando muitos desistiriam, o associado não titubeou e foi conquistar esse sonho sem a companhia de conhecidos.

E essa conquista veio há pouco tempo, no mês de março. Após uma preparação física realizada na academia do clube, Mario cruzou o planeta e partiu para o “topo do mundo”. A aventura começou em Catmandu, capital do Nepal. “Já comecei a me surpreender pela cidade, que era muito religiosa e completamente diferente do que qualquer uma que eu já tinha conhecido. Um mundo à parte, repleto de templos budistas”, conta.

Por lá, Mario comprou os equipamentos necessários para a subida e pegou um vôo para o aeroporto de Lukla, considerado um dos mais perigosos do mundo, devido ao fato de estar situado em uma encosta da montanha e possuir uma pista curta e inclinada. “O avião parece estar passando no meio das montanhas, já que boa parte delas possuem mais de 5 mil metros de altura. Há momentos em que essa proximidade assusta”, relembra.

Após encontrar a equipe da excursão e um rápido descanso no hotel, a hora de encarar os 77 km de subida havia chegado e o começo foi bem complicado para o associado. “No primeiro dia foi muito difícil, pois não estava acostumado a subir montanhas de tamanha altura. Com 2.800 metros de altitude, o ar vai ficando cada vez mais rarefeito. Cheguei a pensar que não ia aguentar. Mas depois fui me acostumando e consegui seguir”, explica.

Mesmo no verão, Mario enfrentou a neve e temperaturas de até -17ºC em sua caminhada montanha acima. Parando nos postos de apoio para os aventureiros, ele recorda que a gastronomia não é o ponto alto da experiência. “Não aguentava mais ver sopa e macarrão. Só comíamos isso”, brinca.

Uma das lembranças mais valiosas que Mario guarda dessa empreitada é a chegada no monastério mais isolado do Nepal. “A música que estava tocando foi algo que me tocou na chegada. Fico até emocionado ao lembrar. Lá, uma monja nos recebeu, serviu um chá e depois conversamos. Em seguida, ela nos serviu um almoço. Eram três batatas, mas o que ficou marcado foi essa recepção em um momento em que estávamos morrendo de frio, cansados e com fome”, comenta.

Após 10 dias de caminhada, escorregões e tombos, com o corpo em seu limite e dificuldades para respirar, o objetivo foi alcançado. Mario chegou ao acampamento base do Monte Evereste, há 5.364 metros de altura. Sonho realizado

A descida também foi uma história daquelas e vale uma conversa com o associado para saber mais sobre esse outro capítulo que envolveu cavalos, helicóptero e a volta para casa. O que fica é que nunca é tarde demais para se realizar sonhos e vontades.