Alergias de inverno: cuidado e atenção

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Com a chegada do inverno, algumas alergias e doenças respiratórias surgem com mais frequência por causa do tempo seco. A asma, que atinge entre 10% e 25% da população brasileira, e a rinite, que segundo estudo da ISSAAC (Internacional Study of Asthma and Allergies) compromete cerca de 26% de crianças e 30% dos adolescentes, são as mais recorrentes.

O ar seco e frio característico da estação, age nas vias respiratórias e, no caso das alergias, as vias aéreas que já estão inflamadas manifestam sintomas respiratórios ao entrarem em contato com o ar nessas condições. De acordo com Gilberto Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, esse fato faz com que muitos pacientes ainda tenham dúvidas para diferenciar a presença do coronavírus da gripe comum, rinite e sinusite.

“Essa incerteza pode fazer com que o paciente relute em procurar auxílio médico, pois teme que o ambiente hospitalar aumente os riscos de infecção pelo coronavírus. Se, logo de início, ele se dirige a uma unidade especializada, é possível tratar com mais eficácia as doenças a partir do diagnóstico”, explica o otorrinolaringologista.

Rinite e sinusite

De acordo com o especialista, quadros de rinite e sinusite são mais concentrados no nariz, garganta e olhos do paciente. “A rinite é uma inflamação da mucosa do nariz. A pessoa costuma apresentar coriza, coceira no nariz e espirros em sequência. Além disso, o nariz fica naturalmente congestionado”, afirma Pizarro.

Já na sinusite, segundo o médico, a inflamação ocorre na mucosa que reveste os seios da face. Com isso, os sintomas também incluem dor facial, nos ouvidos e atrás dos olhos. Além disso, o paciente pode relatar dor ou irritação na garganta e inchaço facial. Na gripe comum, no entanto, o quadro de sintomas não fica restrito à congestão e secreção nasal. Nessa situação, o paciente relata febre, mal-estar e dor no corpo. A qualificação de todos os sintomas é importante porque a Covid-19 também gera febre, por exemplo.

“O paciente com Covid-19 costuma ter tosse seca e cansaço, mas, em quadros mais graves, pode apresentar dificuldade para respirar, falta de ar e pressão no peito. No entanto, não necessariamente haverá coriza e congestão nasal. Isso é determinante para uma das diferenciações entre essas doenças e o coronavírus”, destaca Pizarro.

Atenção ao olfato

O otorrinolaringologista enfatiza que a perda de olfato é um dos sintomas características da Covid-19, mas, aqui, ela ocorre de forma súbita. Nas alergias, essa perda de olfato é mais leve e está associada a um quadro de congestão nasal por conta da coriza. “Se os sintomas, no entanto, são característicos de uma gripe comum, rinite ou sinusite, o paciente é tratado na área principal do hospital, sem qualquer contato com a ala responsável pelo diagnóstico dos suspeitos de Covid-19”, completa.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) ressalta que as alergias não causam febre, ao contrário do que acontece em pacientes com a covid-19. Portanto, é necessário ter muita atenção aos sintomas para não ir ao pronto-atendimento desnecessariamente, colocando a sua vida e a do outro em risco.